Uma médica dermatologista está sendo acusada de furar a fila de vacinação contra o novo coronavírus em Itajubá. Segundo informações, a profissional de saúde é proprietária de uma clínica de estética e atende em um hospital particular da cidade.
Em suas redes sociais, a médica divulgou, na última segunda-feira (25), que havia sido imunizada, publicando, inclusive, fotos de seu cartão de vacinação. Em outra postagem, realizada no dia 19 deste mês, ela agradeceu pelo convite recebido, pelo próprio hospital, para receber a dose.
O texto foi acompanhado de uma foto do vice-prefeito e secretário de Saúde, Nilo Baracho (Republicanos), e um agradecimento ao mesmo, que, segundo ela, foi seu professor. "Assinei, com muita felicidade, a solicitação do meu comparecimento do meu querido plano para receber a vacina contra a covid-19 na segunda-feira próxima", disse.
Entretanto, o plano de imunização divulgado pela prefeitura não contempla profissionais que não atuam na linha de frente de combate contra o novo coronavírus. Segundo um protocolo enviado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) à reportagem, médicos que atuam no segmento da dermatologista não estão na lista para receberem a vacina neste momento.
Segundo o documento, nesta primeira fase, devem ser imunizados apenas pessoas que trabalham em equipes de vacinação ou que atuam em instituições de longa permanência, além de profissionais da saúde envolvidos diretamente na atenção para casos suspeitos ou confirmados de covid-19.
Em meio à essa denúncia, outra reclamação aponta que vários profissionais que atuam em postos de saúde de Itajubá sequer foram vacinados por não estarem nesta lista, como atendentes e agentes comunitários de saúde. Ao responder o questionamento de uma pessoa em suas redes sociais, a prefeitura informou que apenas profissionais que trabalham na linha de frente, além de idosos institucionalizados, estão sendo imunizados.
Na cerimônia da primeira vacinação, realizada na quarta-feira (20), o prefeito Christian Gonçalves (DEM) afirmou que, além dos dois hospitais que atendem pelo SUS em Itajubá, outros dois hospitais particulares também receberiam as doses da vacina. Porém, os imunizantes seriam destinados apenas para profissionais da linha de frente.
Uma nota técnica publicada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informa que pessoas que se vacinam sem estar nos grupos prioritários podem responder por 14 tipos de crime, dentre eles: concussão, condescendência, corrupção passiva privilegiada, prevaricação, crime de responsabilidade de prefeito, dano qualificado, falsificação, corrupção e crimes contra a fé pública.
A reportagem tentou contato com o hospital que teria aplicado a dose indevidamente na profissional de saúde. Mas, até o fechamento da reportagem, não obteve resposta.
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