A Associação de Diplomados da Universidade Federal de Itajubá (AD-Unifei) emitiu uma nota de esclarecimento afirmando não ter relação com qualquer movimento que peça a retirada da figura do educador Paulo Freire (1921-1997) do mural de homenageados da instituição.
Segundo a associação, o grupo foi associado, de forma indevida, ao grupo que estaria tentando mobilizar uma ação para pressionar a reitoria a apagar a homenagem realizada por dois artistas. Além de Paulo Freire, outras 32 personalidades, dentre cientistas, médicos e até um ex-servidor da instituição são relembrados em pinturas realizadas no muro da universidade.
"Paulo Freire é considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira", afirma a nota.
Na nota, a associação afirma que não tem qualquer participação na polêmica. "Reiteramos que a AD-Unifei não é uma entidade política, portanto, não deve se posicionar neste contexto de forma opinativa sobre qualquer tema. Informamos, também, que pelo estatuto da entidade qualquer pronunciamento isolado não deve ser tomado como dessa associação", diz.
Na semana passada, um áudio de uma suposta ex-servidora circulou nas redes sociais. Na mensagem, ela estaria mobilizando ex-funcionários e ex-alunos a exigirem do reitor, Edson Bortoni, a retirada de Paulo Freire do muro. Com termos inapropriados e palavrões, ela dispara uma série de ofensas ao intelectual.
A mulher afirma no áudio que Luiz Gonzaga Rennó Salomão, conhecido como Zaga, engenheiro formado em 1967 pela então Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), encabeçaria o movimento contra a figura do educador Paulo Freire.
"O Zaga falou para mim que o reitor da universidade é da direita, mas ele não pode fazer nada porque pode ter aluno lá, da esquerda, que vai retaliar e ficar bravo com o reitor. Mas, se for um movimento de ex-alunos, isso pode ser", garante.
Na prática, egressos de instituição não têm poder administrativo sobre universidades federais, ao contrário do que defendem grupos de ex-alunos da instituição. Porém, a Unifei sofre, há alguns anos, com constantes cobranças de grupos que tentam alterar decisões que cabem apenas à liderança da universidade.
Pessoas que são contra a decisão do grupo afirmaram que a Unifei será acionada contra qualquer intervenção considerada inapropriada por egressos que tentem pressionar o reitor para a retirada do educador do muro de homenageados.